quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Bárbara Maix rumo à Beatificação!


Está em processo de Beatificação, a fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Madre Bárbara Maix. Conheça alguns dados da vida desta venerável mulher:

Natural de Viena, Áustria, filha de José Maix e Rosália Mauritz, nasceu no dia 27 de junho de 1818.
Registros históricos nos relatam que José Maix era funcionário público. Encontramos seu pai, no ano de 1782, trabalhando como ajudante de cozinha junto ao príncipe Luis José Lischtein. Pouco tempo depois, no ano de 1786, passa a ser funcionário no Palácio de Schönbrunn, na função de criado doméstico e depois camareiro do imperador.
As mortes na família Maix eram freqüentes e a doença, contínua. Bárbara, a caçula de 09 filhos do segundo matrimônio, teve sua infância e adolescência marcadas por muitas privações o que lhe causou debilidade orgânica.
Certamente, era muito duro para o pai José Maix trabalhar no palácio onde se realizavam muitas festas, com requintes e luxo, e ver os próprios filhos morrerem, um após outro, por não conseguir vencer, com o fruto de seu trabalho, a fome e a doença. Morava na casa número um (1) dos empregados, ao lado do palácio.
Neste ambiente de contrastes entre luxo e abundância do palácio com a pobreza e a dor na família, a personalidade de Bárbara foi se formando. Dos pais herda a fé cristã, o espírito de luta e resistência, persistente teimosia pela causa da vida, a coragem de enfrentar o império do luxo com súplicas de socorro para as carências da família. É o amor sem limites pela vida que a torna forte, destemida, cheia de vigor. Aprende na experiência sofrida do dia-a-dia, a não fraquejar diante das dificuldades por maiores que sejam.
Desde tenra idade, manifesta espírito missionário e profético diante dos desafios da realidade:
Em tempo de guerra, de proibição do Estado em fundar Congregações Religiosas, reúne jovens e, com elas, inicia o Projeto das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.
Numa situação social de desemprego em que o maior número de nascimentos eram de mães solteiras, abre um pensionato para abrigar empregadas domésticas, visando à orientação e à assistência, previnindo-as da prostituição e demais desigualdades sociais.
Perseguida pelo contexto político-econômico de Viena e na necessidade de sair do país, planeja ir à América do Norte. Ao embarcar com 21 companheiras, quis as circunstâncias que viesse ao Brasil, sem conhecê-lo cultural e geograficamente. Conforme escreve uma de suas companheiras: “Chegamos ao Rio de Janeiro, em novembro (09/11/1848), sem dinheiro, sem conhecimento de ninguém, sem saber a língua, com muita fome, mas cheias de confiança em Deus e em Nossa Senhora.” (Me. Isabel)
Numa época em que a mulher não tinha participação social, acesso ao saber e à Escola, ela se fez educadora e permitiu o estudo às meninas, em especial as órfãs e pobres.
Atenta à realidade, percebe outras necessidades da época, assumindo Asilos, Pensionatos. Por ocasião das epidemias: cólera e febre amarela e da Guerra do Paraguai, assume atividades em enfermarias e Hospitais.
Diante de uma sociedade que mantém o regime de escravidão, Bárbara não aceita pessoas trabalharem em condição de escravas junto às Irmãs. Todas realizam os mesmos serviços e têm os mesmos direitos numa relação de igualdade e partilha.
Num contexto em que as Ordens Religiosas eram de estilo puramente contemplativo, Bárbara apresenta uma inovação: uma forma de Vida Consagrada projetada para o trabalho leigo e social. Este modelo de Vida Religiosa era novo tanto para a Igreja como para o Governo. Funda a primeira Congregação feminina de vida ativa no Brasil.
Com perspicaz inteligência, abre novos caminhos, supera obstáculos e posiciona-se com firmeza diante da orfandade, da opressão e do autoritarismo da época.
Bárbara, mulher de fé, discerne a realidade, tomando iniciativas de não mais realizar tarefas quando estas não ajudam no modo de vida exigido pelo Projeto Congregacional. “... não creio que haja autoridade na terra que me possa obrigar a fazer coisa alguma contra minha consciência. Não somos escravas, Senhor Administrador. Somos livres pela misericórdia de Deus.” (B.Maix)
A vida de Bárbara Maix foi duramente marcada pelo sofrimento e dificuldades de toda sorte: econômica, espiritual, vida comunitária e realização da missão.
Faleceu no dia 17 de março de 1873, deixando como herança às suas Irmãs o Perdão.


Algumas frases de Bárbara Maix:
“Dizei muitas vezes: Meu Jesus, aqui estou. Fazei de mim o que vos aprouver! outra coisa eu não quero a não ser cumprir a vossa Santíssima Vontade!” (03.04.1860)
“Deus não permitirá que sejamos iludidas em nossa confiança“ (junho-1866)
“Assim como o corpo tão somente recebe o seu vigor, porte e beleza quando todos os membros prestam o seu auxilio mútuo, assim uma comunidade adquire a sua beleza, vigor e poder, somente quando o amor fraterno impulsiona os membros a doar-se mutuamente.” (14.10.1869)
“Depois de horas sombrias, vêm horas alegres" (14.09.1871)
“A SS. Trindade iniciou a obra da fundação e há de completá-la. E porque é de Deus e não minha, não importa nada se ele deixa que tudo seja, aparentemente, aniquilado, porque em sua onipotência,com um só aceno, a reerguerá." (19.02.1872)

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